Berliner Tageblatt - Justiça dos EUA rejeita novo recurso de Toledo para suspender extradição

Justiça dos EUA rejeita novo recurso de Toledo para suspender extradição
Justiça dos EUA rejeita novo recurso de Toledo para suspender extradição / foto: © AFP/Arquivos

Justiça dos EUA rejeita novo recurso de Toledo para suspender extradição

Um tribunal dos Estados Unidos rejeitou um novo recurso do ex-presidente peruano, Alejandro Toledo, para suspender sua extradição ao Peru, por isso ele terá que se entregar às autoridades da Califórnia na sexta-feira, segundo documentos judiciais divulgados nesta quinta (20).

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Toledo havia apresentado na manhã de hoje uma moção de emergência a um tribunal de Washington para adiar o processo. No entanto, a corte rejeitou esse recurso poucas horas depois.

O político peruano, que cumpre prisão domiciliar na Califórnia, é acusado em Lima de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito do caso Odebrecht, e deve se entregar nesta sexta-feira em um tribunal federal de San José para dar início a seu processo de extradição dos Estados Unidos.

O ex-presidente, de 77 anos, nega as acusações e apresentou várias petições para bloquear a extradição que o Peru busca desde 2018, e que foi autorizada pelos Estados Unidos em fevereiro.

Todos os seus recursos para interromper o processo foram negados, entre eles um pedido de última hora feito ontem em uma audiência para adiar sua entrega por quatro dias devido a compromissos médicos.

"Estamos prontos para transferir o doutor Toledo para o Peru a fim de acatar a ordem do tribunal", respondeu a respeito o representante do governo americano, Kyle Waldinger.

O juiz Thomas Hixson ordenou que o político peruano se entregue às 9h locais de amanhã em um tribunal federal de San José, que fica a cerca de 40 km de Menlo Park, onde ele reside com sua esposa, Eliane Karp.

O ex-presidente permanecerá "em uma prisão adequada" até que seja entregue às autoridades peruanas, detalhou Hixson.

O juiz solicitou hoje a entrega às autoridades americanas do passaporte de Toledo, e autorizou que o passaporte de Karp seja devolvido a ela assim que "o acusado tenha se entregado".

O político, que governou o Peru de 2001 a 2006, tem residência nos Estados Unidos, onde estudou e trabalhou na Universidade de Stanford.

Após as acusações e o pedido de extradição de Lima, ele foi detido em 2019, na Califórnia, e, no ano seguinte, foi colocado em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

O Peru o acusa de ter recebido milhões de dólares da Odebrecht em troca de licitações para obras públicas. O Ministério Público peruano pede 20 anos e seis meses de prisão para o ex-mandatário.

A Odebrecht reconheceu o pagamento de propinas no Brasil e em outros países da América Latina no âmbito da operação Lava Jato, que levou dezenas de políticos e empresários da região à prisão. Outros quatro ex-presidentes peruanos enfrentam processos judiciais por corrupção: Ollanta Humala (2011-2016), Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Martín Vizcarra (2018-2020) e Pedro Castillo (2021-2022).

O ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) também foi condenado por corrupção, além de crimes contra a humanidade, e Alan García (2006-2011) suicidou-se em 2019, quando a polícia estava prestes a prendê-lo por suspeita de ligação com o caso Odebrecht.

Os advogados de Toledo não responderam ao contato feito pela AFP.

Y.Bouchard--BTB