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Quatro agentes presos em ocupação de prisão controlada por facção na Venezuela
Quatro agentes de segurança foram presos na Venezuela após a ocupação da prisão de Tocorón, centro de operação da Tren de Aragua, facção criminosa que opera em vários países da América Latina, informaram as autoridades nesta quinta-feira (21).
A prisão, localizada em Maracay (Aragua, centro-norte), foi ocupada no dia anterior durante um gigantesco envio de 11.000 policiais e militares, apoiados por tanques e veículos blindados.
"Não haverá impunidade. Vamos contra todos os criminosos e cúmplices", disse o ministro do Interior e Justiça, general Remigio Ceballos, sobre esses funcionários acusados de cumplicidade com os delinquentes que mantiveram o controle da cadeia por anos.
"Foi uma operação bem-sucedida, impecável, que nos permitiu desferir um duro golpe contra grupos criminosos", prosseguiu o ministro, que não revelou números de feridos, nem deu detalhes sobre as forças de segurança a quem pertenciam os agentes presos.
Tocorón era base do temido grupo Tren de Aragua, que comete crimes como sequestro, extorsão e tráfico de drogas, cujos tentáculos se expandiram por vários países da região nos últimos anos.
A prisão, onde foi construída uma espécie de cidadela com piscina, campo de beisebol, zoológico e até uma boate de luxo, era dominado com impunidade por esse grupo criminoso.
"Mais de 60 indivíduos pertencentes a uma grande facção criminosa" foram identificados, destacou Ceballos, sem mencionar especificamente o Tren de Aragua. "Estamos obtendo informação de alto nível, de caráter criminalístico" para "futuras prisões", acrescentou.
Na quarta-feira, o governo mencionou um número indefinido de fugitivos durante a operação.
Os "pranes", como são chamados os líderes de presos em presídios na Venezuela, e seus subordinados mantinham os demais detentos sob suas ordens.
"Houve um mau tratamento aos reclusos por parte dessas facções criminosas, uma espécie de escravidão", destacou Ceballos.
Tocorón, que está sendo desocupada, tinha aproximadamente 1.600 presos.
Segundo Ceballos, as autoridades apreenderam armamento de guerra, granadas, explosivos e até lança-foguetes que estavam em poder dos criminosos.
G.Schulte--BTB