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Ex-promotora antimáfias é condenada em julgamento polêmico na Guatemala
Um tribunal da Guatemala condenou nesta segunda-feira (8) a ex-promotora anticorrupção Virginia Laparra a cinco anos de prisão, acusada de revelar informações confidenciais, em um caso criticado pela comunidade internacional.
Esta é a segunda condenação contra Laparra, de 44 anos, depois de ter sido sentenciada a quatro anos de prisão em 16 de dezembro de 2022 em outro julgamento polêmico, acusada de denunciar um juiz sem possuir autoridade para fazê-lo.
"Por cometer este crime, ela recebe uma pena de cinco anos de prisão com possibilidade de conversão", disse o juiz Moisés de León ao ler a sentença, no tribunal de Quetzaltenango, cerca de 200 km a oeste da capital.
Laparra, que está em prisão domiciliar desde 4 de janeiro após passar dois anos na cadeia, era chefe da Procuradoria Especial Contra a Impunidade na cidade de Quetzaltenango quando foi presa em meio a uma onda repressiva contra promotores e juízes que estavam envolvidos em casos de corrupção notórios.
Estados Unidos e União Europeia impuseram sanções à procuradora-geral da Guatemala, Consuelo Porras, pela perseguição contra cerca de trinta operadores de justiça, incluindo Laparra, e outros que fugiram para o exílio.
Além disso, a Anistia Internacional considera Laparra uma "prisioneira de consciência" e afirma que ela foi detida e processada por seu trabalho contra máfias.
O juiz De León afirmou que durante o julgamento, iniciado em 27 de maio, ficou estabelecido que Laparra "é responsável pelo crime de revelação de informações confidenciais como autora, cometido contra a administração pública e a administração da justiça".
A ex-promotora também foi multada em cerca de 6.400 dólares (R$ 35 mil) e ficou impedida de assumir cargos públicos por 10 anos.
Além disso, De León determinou que Laparra poderá continuar em prisão domiciliar se pagar 64 centavos de dólar por cada dia de condenação (1.168 dólares, cerca de R$ 6,4 mil, pelos cinco anos).
O presidente Bernardo Arévalo, no cargo desde janeiro, tentou destituir Porras do cargo de procuradora-geral, mas não possui competência para isso. O mandato dela vai até 2026.
L.Janezki--BTB