Berliner Tageblatt - Ataque do ELN que matou dois soldados 'encerra processo de paz com sangue', afirma Petro

Ataque do ELN que matou dois soldados 'encerra processo de paz com sangue', afirma Petro
Ataque do ELN que matou dois soldados 'encerra processo de paz com sangue', afirma Petro / foto: © AFP

Ataque do ELN que matou dois soldados 'encerra processo de paz com sangue', afirma Petro

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, considerou que o ataque com explosivos atribuído ao Exército de Libertação Nacional (ELN), que matou dois soldados e deixou 26 feridos na terça-feira (17) no nordeste do país, é "uma ação que encerra um processo de paz com sangue", em um momento de profunda crise nas negociações com a guerrilha.

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Sem apresentar detalhes sobre o futuro das negociações de paz com o grupo de guerrilha, durante um evento na sede da presidência, o chefe de Estado de esquerda chamou o ataque de "ação dramática que se repetiu nos últimos anos".

O ataque com "artefatos explosivos improvisados" contra uma base militar na localidade de Puerto Jordán, no departamento de Arauca, que os organismos de defesa atribuem ao ELN, aconteceu em meio a uma escalada de ações da guerrilha contra alvos militares desde o início de agosto, quando o grupo decidiu não retomar o cessar-fogo com as forças militares.

A trégua, que estava em vigor desde 2023, era parte de uma série de acordos alcançados durante os diálogos de paz que o governo promove com a guerrilha desde o final de 2022.

Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, tenta desativar o conflito armado de seis décadas por meio de um diálogo com as guerrilhas e com alguns grupos criminosos influentes ligados ao narcotráfico.

"Uma mesa de negociações não pode prosseguir em meio ao sangue de nossos soldados (...) O ELN não entendeu a mensagem e a política de paz do presidente Petro", afirmou o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, que não explicou se as conversações prosseguirão.

Os dois soldados mortos foram identificados como Julián Patiño e Bairon Correa. Cinco militares ficaram "gravemente feridos" e outros 21 estão fora de perigo, segundo as Forças Armadas.

O ataque foi atribuído à frente de guerra Domingo Laín Sáenz, que opera nesta área. Soldados capturaram duas pessoas que estavam em duas motocicletas que acompanhavam o caminhão carregado de explosivos.

Vários militares atingidos foram levados em ambulâncias ao município de Arauca, capital do departamento, registrou a AFP.

Pouco depois, segundo o Ministério da Defesa, 18 soldados feridos foram transportados para um hospital militar de Bogotá.

O ministro colombiano da Defesa, Iván Velásquez, anunciou no mês passado a retomada da ofensiva militar contra o ELN, após o fim de um cessar-fogo em vigor desde 2023.

A guerrilha decidiu não retomar a trégua no começo de agosto, em meio a turbulências nas negociações de paz com o governo Petro.

O ELN apontou violações pelo governo dos acordos assinados durante as rodadas de negociação realizadas desde o fim de 2022 em Cuba, Venezuela e México.

O.Bulka--BTB