Berliner Tageblatt - Papa tem 'leve melhora' em seu estado de saúde no sétimo dia de hospitalização

Papa tem 'leve melhora' em seu estado de saúde no sétimo dia de hospitalização
Papa tem 'leve melhora' em seu estado de saúde no sétimo dia de hospitalização / foto: © AFP

Papa tem 'leve melhora' em seu estado de saúde no sétimo dia de hospitalização

O estado de saúde do papa Francisco apresenta uma "leve melhora", anunciou a Santa Sé nesta quinta-feira (20), no sétimo dia de hospitalização do jesuíta argentino de 88 anos, acometido por uma pneumonia bilateral.

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"O estado clínico do Santo Padre apresenta uma leve melhora. Está apirético [sem febre] e seus parâmetros biodinâmicos permanecem estáveis", informou o Vaticano em um boletim divulgado esta noite.

Anteriormente, a Santa Sé havia informado que o papa tinha se levantado e tentado trabalhar. É um sinal de que está "no caminho certo", informaram os cardeais.

O Vaticano detalhou que Francisco recebeu a Eucaristia pela manhã e, depois, se dedicou "a atividades profissionais" que, segundo uma fonte da Santa Sé, incluíram contatar seus colaboradores mais próximos, ler, assinar documentos e fazer telefonemas.

Francisco deu entrada no hospital Gemelli, em Roma, na sexta-feira passada, com bronquite. Na terça-feira, a Santa Sé informou que ele sofria de pneumonia bilateral.

O anúncio de que o papa está com pneumonia - uma infecção do tecido pulmonar, potencialmente fatal - reavivou a preocupação com a saúde do líder da Igreja Católica. O diagnóstico é complexo porque o jesuíta argentino teve parte do pulmão direito removido na juventude.

- "Noite tranquila" -

"A noite foi tranquila, o papa se levantou e tomou café da manhã em uma poltrona", informou o Vaticano em um curto comunicado pela manhã.

Na quarta-feira, a Santa Sé já tinha anunciado que os exames de sangue do pontífice mostravam "uma leve melhora".

"Pelo que li e pude perceber, parece que está muito melhor", afirmou o cardeal espanhol Juan José Omella.

"Vamos ver como reage aos medicamentos. Mas vamos, acho que há esperança", disse a jornalistas.

O papa não recebeu oficialmente nenhum cardeal no hospital, mas na quarta-feira foi visitado pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que assegurou que estava "alerta e receptivo" e que não tinha perdido "seu famoso bom humor".

"Todos estamos preocupados com o papa", disse o cardeal Matteo Maria Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana.

O fato de o papa argentino estar se alimentando, lendo jornais e reunindo-se com pessoas "significa que estamos no caminho certo para uma recuperação completa, que esperamos que aconteça logo", acrescentou.

- "Incerteza" -

Uma fonte do Vaticano afirmou, na quarta-feira, que o papa conseguia se levantar e se sentar em uma poltrona. Ele respira sem a ajuda de aparelhos, mas os médicos não descartam que vá precisar do auxílio em algum momento.

Francisco cancelou os compromissos previstos para esta semana, incluindo uma audiência no sábado e a missa de domingo na basílica de São Pedro.

Mas ainda não foi anunciado se ele pronunciará o Angelus ao meio-dia, após a missa de domingo, que será celebrada por um cardeal.

François Mabille, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris), e diretor do Observatório Geopolítico da Religião, afirmou que o Vaticano está agora em "uma espécie de limbo".

"Temos um papa que está doente, mas que está vivo, que pode falar. Há uma incerteza que enfraquece o papa e a Santa Sé, que é saber o que será do seu estado de saúde", declarou à AFP.

- Pedidos de oração -

Diante do hospital Gemelli, muitos fiéis se aproximaram para acender velas com o rosto de Francisco, em sinal de apoio. A Igreja pediu a todos os católicos do mundo que rezem por sua saúde.

Na praça de São Pedro, no Vaticano, Suzanna Munteanu, uma turista romena, disse à AFP, nesta quinta-feira, que está preocupada com Francisco, mas que acredita em sua recuperação.

Apesar dos frequentes problemas de saúde dos últimos anos - entre eles de quadril, dores no joelho que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas, operações e infecções respiratórias -, o argentino Jorge Bergoglio manteve uma agenda cheia e declarou que não tem a intenção de reduzir o ritmo de trabalho.

A hospitalização do papa, a quarta em menos de quatro anos, gerou a retomada do debate sobre sua saúde, especialmente porque a internação ocorre no início do ano jubilar da Igreja Católica, o que significa uma longa lista de eventos, muitos deles presididos pelo pontífice.

Antes de sua internação, na sexta-feira, Francisco pareceu debilitado em cerimônias públicas, com o rosto inchado e a voz entrecortada. Ele delegou em várias ocasiões aos assistentes a leitura dos discursos.

C.Meier--BTB