- Barça sai na frente, mas sofre 2 gols no fim e cede empate com o Celta
- ELN diz que cessar-fogo na Colômbia depende da normalização das negociações
- COP29 entra na reta final para obter acordo financeiro sobre o clima
- Inter e Atalanta colocam pressão sobre o Napoli; Milan e Juventus empatam
- EUA, França e aliados expressam 'preocupação' com novas centrífugas iranianas
- Tottenham goleia e agrava crise do Manchester City
- Três juízes, dois promotores e um militar são detidos por 'conspiração' na Venezuela
- COP29 inicia noite de negociações após cobrança dos países em desenvolvimento
- Leipzig perde para Hoffenheim e cai para 3º no Alemão
- Inter goleia e pula para liderança do Italiano; Milan e Juventus empatam sem gols
- Bombardeios israelenses deixam mais de 50 mortos no Líbano
- Oposição convoca 'enorme' protesto 'dentro e fora' da Venezuela para 1º de dezembro
- Marchas na França denunciam violência contra as mulheres
- Países aprovam na COP29 regras para as transações de carbono entre países
- EUA diz estar comprometido com uma 'solução diplomática' no Líbano
- O que aconteceria se o Google fosse forçado a vender o Chrome?
- Bombardeios israelenses deixam ao menos 45 mortos no Líbano
- Novak Djokovic anuncia Andy Murray como seu novo treinador
- Leipzig perde para Hoffenheim e deixa Bayern escapar na liderança
- Sinner vence De Minaur e Itália vai à final da Copa Davis
- Braço armado do Hamas anuncia a morte de uma refém em Gaza
- Sérvia prorroga a detenção dos presos por desabamento mortal em estação de trem
- Israel tenta tomar cidade no sul do Líbano, segundo agência oficial libanesa
- Nações mais vulneráveis à mudança climática protestam na COP29 e pedem mais dinheiro
- Para cineasta iraniano exilado, representar a Alemanha no Oscar é 'agridoce'
- Mulheres adaptam tragédia grega para denunciar a dor feminina na guerra
- Bombardeios israelenses deixam vários mortos na capital do Líbano
- Jornal independente 'ganha espaço' na Guatemala e se faz ouvir no mundo, diz sua fundadora
- IA generativa recorre a livros para crescer
- Papa visitará ilha francesa de Córsega após recusar convite para reabertura de Notre Dame
- Papa viajará à ilha francesa de Córsega em 15 de dezembro
- COP29 na prorrogação para alcançar acordo financeiro sobre o clima
- Bombardeios israelenses no centro de Beirute deixam 19 mortos
- Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA
- 'Desaparecimento' de famoso escritor franco-argelino gera preocupação na França
- George Russell faz a pole position do GP de Las Vegas de F1
- Trump escolhe gestor de fundos Scott Bessent como secretário do Tesouro
- Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
- Pentágono: tropas norte-coreanas na Rússia vão entrar 'logo' em combate
Galerias de favelas do Rio rompem barreiras no mercado da arte
A arte é elitista? Artistas brasileiros que já expuseram seus trabalhos em grandes cidades do mundo querem mostrar o contrário ao inaugurarem galerias nas favelas do Rio de Janeiro, muitas vezes em locais dominados pela violência policial e pelo tráfico de drogas.
"Quando você traz" uma galeria de "arte contemporânea para uma favela, você cria um acesso para o que antes tínhamos como a arte da burguesia, algo exclusivo", diz Maxwell Alexandre, que abriu seu espaço Pavilhão 2 na agitada Via Ápia, na Rocinha, a segunda maior favela do Brasil.
O artista, de 33 anos, expõe seu trabalho desde o ano passado em seu bairro natal, com algumas peças que integraram a exposição "Entrega: one planet. one health", inaugurada em Paris.
A mensagem está ligada à vida neste bairro popular: assim, três obras com crianças vestindo uniformes do ensino público carregam mochilas de um serviço de entrega de refeições, uma forma de denunciar os jovens que abandonam os estudos para trabalhar.
Mas a iniciativa de Alexandre, que também expôs seu trabalho na Espanha e nos Estados Unidos, vai além da galeria na Rocinha. Ele também quer gerar impacto no mercado de arte, ao vender com sucesso gravuras originais a preços acessíveis (R$ 1.000).
"Esse valor era para conseguir fazer com que colecionadores que podem morar na favela possam ter acesso ao meu trabalho, não só acesso contemplativo (...) mas de fato tê-lo dentro de casa", afirma.
- Necessidades vs arte
Enquanto o artista conversa com a AFP, a professora Mariana Furloni, de 45 anos, entra na galeria com curiosidade. Ela já conhecia o trabalho de Alexandre e apoia sua causa.
"A ideia dos pavilhões é muito legal, porque a arte é uma coisa em geral tão elitizada, né?", questiona, acrescentando que é mais comum encontrar galerias de arte nos bairros nobres da Zona Sul carioca.
Mas os desafios persistem para Alexandre, que reconhece que muitos visitantes ainda vêm de fora da favela, cujos moradores têm outras prioridades, como atender às suas necessidades básicas.
Segundo ele, a ideia de que as galerias são "um lugar de gozo estético, da não finalidade prática, ainda é muito estabelecido", analisou em uma entrevista à revista Forbes no ano passado.
Apesar dos conselhos para se estabelecer em cidades como Berlim ou Nova York, o brasileiro considera o Rio o melhor lugar para criar, devido à urgência gerada por fatores como o calor extremo, a violência e a pobreza.
- O poder da imagem
A cerca de 30 quilômetros do Pavilhão 2, na Zona Norte carioca, a Galeria 5bocas foi inaugurada em 2020 pelo artista Allan Weber, conhecido por suas fotografias e esculturas, que foram exibidas recentemente na feira "Art Basel", em Miami, nos Estados Unidos.
Weber, de 31 anos, dedica este espaço localizado em sua favela, 5 Bocas, para apresentar artistas que admira.
A galeria é "um local de troca com a comunidade e com quem vem de fora", diz ele.
A ideia de criá-la surgiu da falta de acesso de seus amigos do bairro aos museus da Zona Sul, mas também tem como objetivo reunir amigos de outros locais que relutavam em visitar a favela, cenário habitual de operações policiais contra o tráfico de drogas.
"Passei minha infância toda vendo arma e através da arte, eu consegui dar um novo significado para ela através das câmeras fotográficas. O poder da imagem é global", declarou.
- "Quase não tem isso" -
Desde setembro de 2023, Weber expõe a mostra "Tô de Pé", do artista Cassio Luis Brito da Silva, de 22 anos, conhecido como Malvo. A galeria expõe fotos de bailes funk e esculturas de cigarros.
Brito afirma que este espaço é fundamental para sua carreira. "Me despertou um sentimento bom ver um monte de gente parecida comigo expondo no mesmo lugar", contou.
A galeria também é um projeto social, no qual o idealizador busca aproximar os jovens da arte, patrocinando um time de futebol local e organizando atividades artísticas.
"Eu tenho um filho que é autista e ele nem vinha para a rua, depois, ele começou a participar das coisas. Para nós é muito bom, porque na comunidade quase não tem isso", conta a manicure Cintia Santos de Lima, de 35 anos, que também é beneficiada pelo projeto.
L.Dubois--BTB