Berliner Tageblatt - UE propõe taxar importação de produtos de comércio eletrônico para financiar controles

UE propõe taxar importação de produtos de comércio eletrônico para financiar controles
UE propõe taxar importação de produtos de comércio eletrônico para financiar controles / foto: © AFP/Arquivos

UE propõe taxar importação de produtos de comércio eletrônico para financiar controles

A União Europeia lançou, nesta quarta-feira (5), um plano para regulamentar o comércio eletrônico no bloco, que inclui tributar os pacotes vendidos e importados para a UE, para financiar controles alfandegários sobre produtos perigosos.

Tamanho do texto:

Segundo a UE, os serviços alfandegários estão sobrecarregados com milhões de pequenos pacotes, a maioria contendo produtos da China, embora muitas dessas remessas não estejam em conformidade com os padrões europeus ou representem um risco, e o controle dessas remessas representa "custos crescentes".

De acordo com a Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, nada menos que 4,6 bilhões de pacotes contendo mercadorias com valor inferior a 22 euros (cerca de 23 dólares ou 133 reais) entraram na UE em 2024, um volume que é o dobro do de 2023 e três vezes o registrado em 2022.

"Há cada vez mais produtos inseguros entrando na UE", uma tendência que expõe os comerciantes do bloco a problemas por práticas ilegais ou comércio de falsificações.

No entanto, o custo de controlar essa montanha de remessas é alto, razão pela qual a UE agora propõe introduzir impostos e remover a isenção de direitos aduaneiros para pacotes com valor inferior a 150 euros (cerca de 156 dólares ou 903 reais).

Henna Virkkunen, que ocupa uma das vice-presidências da Comissão, disse que cerca de três em cada quatro europeus fazem compras on-line regularmente, a maioria envolvendo transações de pequeno valor.

A UE calcula que 91% dessas remessas transporta produtos fabricados na China e são vendidas por meio de plataformas de comércio eletrônico como Temu ou Shein, que tiveram um crescimento exponencial nos últimos anos.

- Enorme pressão sobre as alfândegas -

"Constatamos que diversos produtos não respeitam as normas vigentes e até são perigosos", acrescentou Virkkunen.

Essa avalanche diária de pacotes "exerce uma enorme pressão sobre os serviços aduaneiros, que são a primeira linha de defesa", acrescentou a funcionária.

Além disso, a montanha de pacotes "tem uma pegada ambiental muito negativa", já que são milhões de caixas de papelão com muitas embalagens de plástico.

O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, afirmou que a UE deve "intensificar esforços para evitar que os produtos que não estão de acordo com as normas entrem no mercado" do bloco.

A proposta de implementar "tarifas de tratamento" aos pacotes ainda deve ser discutida pelos 27 países do bloco e pelo Parlamento Europeu.

Ainda nesta quarta-feira, a Comissão anunciou o lançamento de uma investigação contra a loja virtual Shein por suspeita de ignorar a lei do consumidor da UE.

A plataforma, fundada na China em 2012, mas com sede em Singapura, é suspeita de não fazer o suficiente para controlar a comercialização de produtos ilegais.

Em um comunicado, a Shein disse que apoiava os esforços “para fortalecer a confiança dos consumidores europeus ao fazerem compras on-line”.

A Comissão também abriu uma investigação sobre a Temu em outubro passado, com base nas mesmas suspeitas. A Temu é a versão internacional da gigante chinesa do comércio eletrônico Pinduoduo.

O.Bulka--BTB