
-
Fortaleza perde para Racing (3-0) em casa em sua estreia na fase de grupos da Libertadores
-
China anuncia manobras militares no Estreito de Taiwan
-
Gari resgata bebê no meio do lixo no Rio de Janeiro
-
EUA 'tem características de autocracia', diz Arias após ter o visto cancelado
-
Botafogo inicia contra Universidad de Chile luta pelo bi da Libertadores
-
Senador democrata bate recorde com discurso de mais de 25 horas contra Trump
-
Juiz suspende plano de Trump de revogar status de proteção de venezuelanos
-
Junta militar do Níger liberta ministros de governo deposto
-
Escritório de advocacia do marido de Kamala fecha acordo com Trump
-
Senador democrata bate recorde com discurso de mais de 24 horas contra Trump
-
Chefe da Boeing admitirá 'graves erros' dos últimos anos no Senado dos EUA
-
Real Madrid empata com Real Sociedad (4-4) na prorrogação e vai à final da Copa do Rei
-
Cinemas dos EUA pedem prazo de 45 dias para filmes chegarem ao streaming
-
Turquia multa Meta por manter contas ligadas a protestos
-
EUA vai enviar segundo porta-aviões para o Oriente Médio
-
PSG vira sobre Dunkerque (4-2) e vai à final da Copa da França
-
Os quatro Beatles terão suas cinebiografias em 2028
-
Corte de Apelação francesa poderia examinar caso de Le Pen antes das eleições
-
Bielefeld, da 3ª divisão, surpreende Leverkusen (2-1) e vai à final da Copa da Alemanha
-
Arsenal vence Fulham no retorno de Saka, mas perde Gabriel Magalhães lesionado
-
China realiza manobras militares para simular bloqueio de Taiwan
-
Milhares de húngaros protestam contra lei que proíbe parada do Orgulho
-
Rússia e Ucrânia notificam EUA sobre bombardeios contra instalações de energia
-
EUA admite 'erro' na expulsão de migrante para El Salvador
-
Departamento de Saúde dos EUA inicia demissão de 10 mil trabalhadores
-
Órgão dirigente defende juízes espanhóis que anularam a condenação de Daniel Alves
-
Imigrantes recorrem ao WhatsApp para se anteciparem a ações de deportação nos EUA
-
Oposição reafirma soberania da Venezuela sobre região disputada com a Guiana
-
Trump se mostra otimista após conversa com presidente do Egito sobre Gaza e Iêmen
-
Premier League adota tecnologia do impedimento semiautomático
-
Virginia Giuffre, que acusou príncipe Andrew de agressão sexual, sofre grave acidente
-
Indicado de Trump para as Forças Armadas dos EUA promete ser um líder imparcial
-
Senador americano protesta contra política de Trump em discurso de mais de 18 horas
-
Secretária de Justiça dos EUA quer pena de morte para Luigi Mangione
-
'Nos coordenamos, mas não nos subordinamos': presidente reforça posição do México ante os EUA
-
Mianmar faz um minuto de silêncio em memória dos mais de 2.700 mortos no terremoto
-
Mundo prepara resposta para as novas tarifas de Trump
-
Lautaro Martínez segue fora e desfalca Inter contra o Milan na Copa da Itália
-
Netanyahu reverte decisão sobre novo chefe de segurança israelense, sob pressão dos EUA
-
Saúde do papa Francisco registra nova melhora
-
Estreito de Taiwan, importante rota marítima e epicentro de tensões
-
Macron expressa apoio da França ao rei da Dinamarca
-
Cães farejadores tailandeses oferecem apoio emocional em Bangcoc
-
Erupção de vulcão obriga evacuação de povoado pesqueiro na Islândia
-
Lesionado, Haaland será desfalque no City por período 'de 5 a 7 semanas', diz Guardiola
-
Autor de ataque com faca em Amsterdã agiu com 'intenção terrorista', diz Promotoria
-
Ameaças de atentados tiram a calma do Uruguai
-
A remota aldeia indígena de Raoni, um oásis de preservação na Amazônia
-
Cineasta Todd Haynes receberá Carruagem de Ouro em Cannes
-
Trump e Musk enfrentam seus primeiros testes eleitorais

Lojas em dólar de Cuba: novo capítulo de uma história de amor e ódio
"Isso não é para nós", dise Michael a seu filho em um supermercado estatal em Havana que só aceita dólar. Em sua mais recente estratégia de captação de moeda, o governo revive sua histórica relação de amor e ódio com o dólar e acentua as desigualdades.
O primeiro-ministro Manuel Marrero anunciou, em dezembro, a abertura destas lojas como "um processo necessário" para "adquirir a moeda estrangeira” que circula "ilegalmente" e alimenta um mercado de câmbio informal, onde o dólar é cotado a 350 pesos, quase três vezes a taxa oficial (120).
Submetida desde 2017 a um endurecimento de um embargo econômico mais rigoroso dos Estados Unidos, Cuba enfrenta sérios problemas de liquidez e busca, dessa forma, capturar a moeda estrangeira que seus cidadãos recebem das remessas familiares, a segunda maior fonte de moeda forte do país, depois dos serviços médicos que exporta para outras nações.
A grande novidade destes mercados é que recebem dólar em espécie, o que não acontecia no país desde 2004.
Michael, de 40 anos, que não quis dar seu sobrenome, disse à AFP que entrou em um supermercado novinho em folha no andar térreo de um hotel de luxo, que em janeiro se tornou o primeiro a ser dolarizado.
"Assim que entrei, eles me disseram (que o pagamento era) em dólares", explicou Michael, que saiu do mercado de mãos vazias, pois só tinha um pouco de MLC (moeda livremente conversível), que ele trocou por pesos no mercado informal.
O MLC é uma moeda virtual criada pelo governo em 2019, quando teve início a dolarização parcial da economia, e se desvalorizou no mercado clandestino.
Michael disse que foi difícil explicar a situação para seu filho, então lhe falou "vamos embora, porque isso não é para nós".
- "O príncipe e o mendigo" -
Em uma ilha que enfrenta a pior crise econômica dos últimos 30 anos, com escassez de alimentos, remédios e apagões recorrentes, é surpreendente ver as pessoas saindo desses supermercados com carrinhos cheios de comida, um luxo para a maioria da população.
"Sempre viemos aqui, encontramos o que buscamos", disse Enzo Puebla, um engenheiro industrial de 24 anos.
"Tem ovos, o óleo que procuramos, e vendem muitas carnes", diz o jovem, que recebe remessas de sua família.
Em Cuba, onde o salário prometido é cerca de 5.000 pesos (42 dólares ou cerca de 240 reais na cotação atual), aqueles que não têm acesso à moeda têm dificuldade para comprá-la, mesmo com a taxa de câmbio oficial.
Para o economista Mauricio de Miranda, "o maior problema da dolarização cubana é que ela é parcial, porque apenas uma parte importante dos gastos de consumo da população é dolarizada, mesmo em bens básicos para a sobrevivência, mas a renda não é dolarizada".
"Isso exclui necessariamente as pessoas que não têm opções de obter dólares", diz De Miranda, acadêmico da Universidade Javeriana de Cali.
A grande variedade de opções nas lojas dolarizadas, que estão se multiplicando na ilha, contrasta com as prateleiras vazias ou cheias do mesmo produto nas lojas do MLC, inauguradas em 2019.
Em frente ao Supermercado de Tercera y 70, outra loja funciona no MLC. Com sarcasmo, os cubanos os batizaram de "El príncipe y el mendigo" (o príncipe e o mendigo).
- Amor e ódio-
A relação do governo comunista com a cédula verde foi uma montanha russa. O dólar foi proibido pela primeira vez em 1959, após o triunfo da Revolução Cubana, e sua posse implicava em até um ano de prisão.
Em 1933, o líder Fidel Castro (1926-2016) descriminalizou o dólar e se abriram as primeiras lojas desta moeda para a população, como parte das medidas para enfrentar a crise econômica causada pela implosão do bloco soviético, então o principal aliado econômico da ilha.
Em 2004, Castro retirou o dólar de circulação direta, substituindo-o por uma moeda local indexada.
De fato, a nova estratégia oficial de cobrança de impostos "é quase uma cópia carbono da dolarização parcial da década de 1990", diz a economista cubana Tamarys Bahamonde, pesquisadora associada da American University em Washington.
O governo defende sua ofensiva do dólar como um passo transitório até a "desdolarização" do país.
"Nenhum processo de dolarização foi revertido e Cuba é quase um estudo de caso que demonstra as dificuldades enfrentadas quando se tenta desdolarizar", adverte Bahamonde.
F.Müller--BTB