Berliner Tageblatt - Presidente Abbas exige suspender Israel da ONU no 75º aniversário do êxodo palestino

Presidente Abbas exige suspender Israel da ONU no 75º aniversário do êxodo palestino
Presidente Abbas exige suspender Israel da ONU no 75º aniversário do êxodo palestino / foto: © AFP

Presidente Abbas exige suspender Israel da ONU no 75º aniversário do êxodo palestino

O presidente palestino, Mahmud Abbas, exigiu, nesta segunda-feira (15), à ONU, que Israel seja "suspenso" da organização internacional pela "agressão" e a "ocupação" dos territórios palestinos no 75º aniversário do êxodo de seu povo, em 1948.

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Pela primeira vez e graças a uma resolução aprovada em novembro, as Nações Unidas relembraram nesta segunda, em sua sede, em Nova York, na presença de Abbas, o que os palestinos chamam de "catástrofe" ("Nakba", em árabe), no dia seguinte à proclamação da independência de Israel.

"Exigimos hoje, oficialmente, conforme o direito internacional e as resoluções (da ONU), que garantam que Israel respeite estas resoluções ou que sua adesão na ONU seja suspensa", disse o presidente palestino durante discurso de uma hora.

Abbas, cujo "Estado da Palestina" tem status de observador nas Nações Unidas, falou em árabe durante uma sessão especial do comitê para o exercício dos direitos inalienáveis do povo palestino, ao qual foram convidados dezenas de embaixadores da organização.

O representante de Israel, Gilad Erdan, tinha escrito a seus colegas de outros países-membros, pedindo-lhes que não participassem desta reunião, que chamou de "repugnante".

Segundo a chancelaria israelense, 32 países se ausentaram, entre eles Estados Unidos, Canadá, Ucrânia e dez membros da União Europeia.

A secretária-geral adjunta de Assuntos Políticos e Consolidação da Paz da ONU, Rosemary DiCarlo, reafirmou, por sua vez, a "posição clara das Nações Unidas: a ocupação deve acabar" porque é "ilegal segundo o direito internacional".

- "Nenhuma resolução aplicada" -

Em um discurso duro, Abbas também atacou a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, aos quais chamou de potências "coloniais", que "têm responsabilidade direta, política e moral, na 'Nakba'".

A "catástrofe" sofrida pelos palestinos "não começou em 1948 e tampouco terminou após essa data. Israel, a potência ocupante, continua com sua ocupação e sua agressão ao povo palestino, continua negando esta 'Nakba' e repudia as resoluções internacionais sobre o retorno dos refugiados palestinos", denunciou Abbas.

Segundo estimativas da ONU, trata-se de 5,9 milhões de refugiados palestinos de 1948 ainda vivos e seus descendentes, espalhados entre a Cisjordânia ocupada, a Faixa de Gaza, a Jordânia, o Líbano e a Síria.

O êxodo, iniciado em 15 de maio de 1948, foi uma "catástrofe" que os palestinos lembram anualmente, enquanto os israelenses comemoram a independência de seu Estado, proclamado em 14 de maio de 1948.

Para Abbas, nascido em 1935 e no poder desde 2005, Israel "nunca cumpriu com suas obrigações e os requisitos prévios para ser membro" da ONU desde sua independência, em 1948, após uma resolução de 29 de novembro de 1947 de divisão da Palestina em dois Estados, um judeu e outro árabe.

O presidente palestino contabilizou "cerca de mil resoluções desde 1947, votadas pela Assembleia Geral, o Conselho de Segurança e o Conselho de Direitos Humanos" das Nações Unidas.

"Até agora, nenhuma resolução foi aplicada", denunciou.

N.Fournier--BTB