Berliner Tageblatt - Otan anuncia mobilização de mais forças no Kosovo

Otan anuncia mobilização de mais forças no Kosovo
Otan anuncia mobilização de mais forças no Kosovo / foto: © AFP

Otan anuncia mobilização de mais forças no Kosovo

A Otan anunciou, nesta terça-feira (30), o envio de novas forças ao Kosovo, onde manifestantes sérvios seguiam concentrados em frente à prefeitura de um município do norte do território, um dia após confrontos terem deixado cerca de 80 feridos, incluindo manifestantes e soldados internacionais.

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"A mobilização de forças adicionais da Otan no Kosovo é uma medida prudente para garantir que a KFOR (missão de paz da Otan no Kosovo) tenha as capacidades necessárias para atender aos compromissos com o Conselho de Segurança da ONU", informou o almirante Stuart Munsch, do Comando Aliado de Forças Conjuntas baseado em Nápoles.

O embaixador dos Estados Unidos em Pristina, Jeffrey Jovenier, anunciou que puniu Kosovo com sua expulsão de um exercício militar que se estende de abril a junho e reúne mais de 20 países da região.

Em Zvecan, membros da Força Internacional para o Kosovo (KFOR), liderada pela Otan, montaram uma barricada ao redor da prefeitura para bloquear o acesso, informou uma jornalista da AFP.

Três veículos blindados da polícia kosovar foram estacionados em frente à sede da prefeitura. A presença dessa força gera indignação entre os sérvios, que representam 6% da população do Kosovo e boicotaram as eleições municipais de abril em quatro localidades do norte, onde são maioria.

Quatro prefeitos albaneses foram eleitos, mas com uma participação inferior a 3,5%.

Esses prefeitos, considerados ilegítimos pelos manifestantes, tomaram posse na semana passada.

A tensão aumentou na segunda-feira, depois que os sérvios tentaram entrar à força no prédio da prefeitura de Zvecan. A polícia do Kosovo usou gás lacrimogêneo para repelir a multidão.

Em um primeiro momento, as forças internacionais da KFOR tentaram separar os manifestantes da polícia, mas depois dispersaram a multidão usando seus escudos e cassetetes.

Os manifestantes então responderam jogando pedras, garrafas e coquetéis molotov nos soldados. Mais de 50 manifestantes ficaram feridos, de acordo com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, pediu nesta terça-feira a sérvios e kosovares que "diminuam as tensões imediata e sem condições".

O secretário-geral da Otan condenou hoje o que chamou de ataques inaceitáveis cometidos por manifestantes sérvios contra a força de paz da aliança no Kosovo. "Condenamos fortemente esses ataques não provocados contra as nossas tropas no norte do Kosovo", declarou Jens Stoltenberg.

"A violência fez Kosovo e toda a região regredirem" e "Pristina e Belgrado devem tomar medidas concretas para uma desescalada".

O presidente sérvio se reuniu nesta terça-feira em Belgrado com os embaixadores do Quinteto, um grupo de cinco membros da Otan que observam de perto os Bálcãs Ocidentais, mas anunciou que também negociaria com representantes da Rússia e China.

A Rússia pediu ao Ocidente que acabe com a "propaganda enganosa sobre o Kosovo".

- 'Ataques não provocados' -

As forças da KFOR disseram que seus soldados responderam "a ataques não provocados por uma multidão violenta e perigosa" e cumpriram seu mandato de forma imparcial.

 

Belgrado nunca reconheceu a independência do Kosovo, proclamada em 2008 pela ex-província sérvia. Quase 120.000 sérvios vivem no Kosovo, que tem 1,8 milhão de habitantes, de maioria albanesa.

"Os avanços unilaterais de Pristina geram violência contra a comunidade sérvia, o que nos afasta da paz duradoura e de uma estabilidade na região", escreveu Vucic no Instagram, após se reunir com diplomatas ocidentais.

"A saída destes falsos prefeitos e dos membros daquilo que Pristina qualifica como forças especiais são condições para a preservação da paz no Kosovo", acrescentou.

Na segunda-feira, o tenista sérvio Novak Djokovic provocou polêmica depois de escrever "Kosovo é o coração da Sérvia. Pare a violência" em uma câmera durante o torneio de Roland Garros, que é disputado na França.

A.Gasser--BTB