Berliner Tageblatt - Israel lança 'ataques de precisão' contra Irã, explosões são ouvidas em Teerã

Israel lança 'ataques de precisão' contra Irã, explosões são ouvidas em Teerã
Israel lança 'ataques de precisão' contra Irã, explosões são ouvidas em Teerã / foto: © Israeli Army/AFP

Israel lança 'ataques de precisão' contra Irã, explosões são ouvidas em Teerã

Fortes explosões foram ouvidas na madrugada deste sábado (26, data local) em Teerã, indicou a imprensa estatal do Irã, onde o Exército israelense lançou "ataques de precisão" contra alvos militares em resposta às ações de seu arqui-inimigo e seus aliados contra Israel.

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"Ouviu-se o ruído de fortes explosões procedentes dos arredores de Teerã. A origem desses ruídos ainda não está clara", disse um apresentador da televisão estatal iraniana.

Alguns se devem "à atividade do sistema de defesa aérea", assinalou posteriormente a emissora, citando fontes de segurança.

Um jornalista da AFP no local também ouviu fortes detonações. Segundo a agência oficial de notícias Irna, as primeiras explosões aconteceram por volta das 2h15 locais (19h45 da sexta-feira em Brasília), sobretudo no oeste da capital.

Em comunicado, o Exército israelense disse que, "em resposta a meses de ataques contínuos do regime do Irã", suas forças "estão realizando ataques de precisão contra alvos militares" nesse país.

"O regime iraniano e seus aliados na região não cessaram seus ataques contra Israel desde 7 de outubro [de 2023] sobre sete frentes, incluídos ataques do solo iraniano", afirmou o Exército.

O "Estado de Israel tem o direito e o dever de responder. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão plenamente mobilizadas", acrescenta o comunicado.

Há semanas era esperada a resposta de Israel ao ataque de 1º de outubro do Irã, que lançou cerca de 200 projéteis contra seu território, incluindo vários mísseis hipersônicos pela primeira vez.

A ação israelense contra o Irã é "autodefesa", reagiu a Casa Branca, principal apoio diplomático e militar de Israel, enquanto um funcionário de defensa disse que os Estados Unidos foram informados antes dos ataques.

Em paralelo, a agência oficial de notícias da Síria informou que as defesas antiaéreas desse país haviam interceptado "alvos hostis" nos arredores de Damasco, onde também foram ouvidas explosões.

- Alta tensão regional -

Estas hostilidades se somam a um contexto de alta tensão no Oriente Médio depois de mais de um ano de guerra de Israel contra o Hamas em Gaza, que recentemente se estendeu para o Líbano contra o Hezbollah.

Teerã apresentou os disparos de 1º de outubro como uma resposta aos bombardeios israelenses contra o Líbano que, no final de setembro, causaram as mortes de um general iraniano e do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Também justificaram a operação como uma represália ao assassinato em solo iraniano do então líder do Hamas, Ismail Haniyeh, uma ação atribuída a Israel.

Nas últimas semanas, o Irã desempenha um equilíbrio delicado entre firmeza e moderação ante as ameaças de represálias israelenses.

"Vamos golpear de novo dolorosamente" em caso de ataque, disse recentemente o general Hossein Salami, chefe do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, o exército ideológico encarregado de defender o regime da República Islâmica.

- Giro diplomático -

Mas, ao mesmo tempo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, embarcou em um giro diplomático pelo Oriente Médio para tentar apaziguar a tensão e reforçar a posição de Teerã.

O chanceler viajou ao sultanato de Omã, que normalmente serve de intermediário para as conversas indiretas com os Estados Unidos, e também esteve no Egito, onde nenhum ministro iraniano havia ido desde 2013.

"Não queremos a guerra, queremos a paz", insistiu várias vezes o ministro que, ainda assim, avisou que o Irã está "totalmente preparado para enfrentar uma situação de guerra".

Em abril, Teerã já havia lançado mísseis e drones contra Israel em uma operação sem precedentes que respondia a um ataque letal contra seu consulado na Síria, atribuído também ao Exército israelense.

Após essa ação inédita, foram reportadas várias explosões no centro do Irã que, segundo altos responsáveis americanos, eram a resposta de Israel, que não as assumiu.

Teerã, por sua vez, minimizou a importância dessas explosões cuja origem não foi explicada claramente.

C.Kovalenko--BTB