Berliner Tageblatt - Trump reivindica vitória e promete curar os EUA

Trump reivindica vitória e promete curar os EUA
Trump reivindica vitória e promete curar os EUA / foto: © AFP

Trump reivindica vitória e promete curar os EUA

Donald Trump reivindicou a vitória nesta quarta-feira (6) e prometeu "curar" os Estados Unidos, após a divulgação dos resultados que o deixam muito próximo de retornar à Casa Branca.

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"Fizemos história", proclamou ele aos seus eleitores em West Palm Beach, Flórida. No momento, o republicano tem 266 delegados no Colégio Eleitoral, contra 195 de sua rival, a democrata Kamala Harris. Um candidato precisa de 270 para assegurar a vitória.

"Vamos ajudar o nosso país a se curar", acrescentou o republicano, de 78 anos, pouco minutos após o canal Fox News, popular entre os conservadores, declarar sua vitória. É o único veículo da imprensa americana que anunciou um resultado final até o momento.

O líder republicano da Câmara de Representantes, Mike Johnson, já felicitou o "presidente eleito" Trump.

Donald Trump está muito perto de retornar à Casa Branca com suas vitórias em três dos sete estados-chave nas eleições.

O republicano venceu na Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia. Os americanos ainda aguardam os resultados de Arizona, Nevada, Michigan e Wisconsin.

A chefe de campanha de Kamala Harris, Jen O'Malley Dillon, tinha esperança em vencer os dois últimos, assim como a Pensilvânia, trio de estados conhecido como "muralha azul".

Nos outros estados, que geralmente se dividem entre os tradicionalmente democratas ou republicanos, não houve surpresas. Trump venceu, como era esperado, na Flórida e no Texas, enquanto Kamala venceu em Nova York, Califórnia e na capital, Washington DC.

A sorte parece sorrir para os republicanos, que também retomaram dos democratas o controle do Senado, mudando o equilíbrio de poder em uma Câmara essencial para aprovar reformas.

Os americanos também renovaram as 435 cadeiras da Câmara de Representantes e votaram para o governo de vários estados.

- "Medo" -

Os americanos viveram uma noite de ansiedade, enquanto o mundo observava, atento às repercussões na guerra na Ucrânia, nos conflitos no Oriente Médio e nas questões sobre aquecimento global, que Trump considera uma falácia.

Na Universidade Howard de Washington, tradicionalmente frequentada por estudantes negros, onde Kamala Harris estudou e tinha um discurso programado - mas que foi cancelado -, a alegria inicial dos apoiadores da democrata rapidamente virou preocupação.

"Agora estou com medo, estou ansiosa. Nem consigo mexer as pernas", disse Charlyn Anderson.

No Centro de Convenções do condado de Palm Beach, na Flórida, onde Trump discursou, seus apoiadores estavam entusiasmados.

"Sinto que Trump já venceu as eleições. Isso acabou e acredito que o mundo está prestes a ficar muito melhor", disse Moses Abraham, de 22 anos.

O resultado é histórico. Se a vitória de Trump for confirmada, este seria o segundo mandato não consecutivo de um presidente desde 1893 e ele será o presidente mais velho eleito.

Comício após comício, o republicano, que sofreu duas tentativas de assassinato durante a campanha, repetiu o roteiro de 2016 e 2020, apresentando-se como o candidato antissistema.

O discurso foi o mesmo em todas as ocasiões: a luta contra os migrantes em situação irregular que, segundo ele, "envenenam o sangue" do país.

Trump já chamou os migrantes de "terroristas", "estupradores", "selvagens" e "animais" que saíram de "prisões e manicômios".

Condenado por um crime no final de maio e com quatro processos pendentes, o republicano pintou um cenário sombrio do país durante uma campanha dominada pela retórica violenta.

Trump insultou a candidata democrata, de 60 anos, a quem chamou de "lunática radical da esquerda", "incompetente", "idiota" e pessoa com um "coeficiente intelectual baixo", entre outras ofensas. Ela respondeu chamando o adversário de "fascista".

Além disso, os últimos dias de campanha foram marcados pelo comentário de um humorista pró-Trump que disse que Porto Rico é como uma "ilha flutuante de lixo" ou por uma gafe do presidente Joe Biden que, em resposta, disse que "lixo" eram os eleitores do republicano.

Kamala Harris, negra e de ascendência sul-asiática, também aspirava fazer história como a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da nação.

Ela teve apenas três meses para convencer os americanos. A democrata entrou na campanha depois que o presidente Joe Biden desistiu da reeleição em julho e anunciou seu apoio à vice-presidente.

Kamala apresentou um programa eleitoral vago, mas centrista. Ela anunciou propostas de combate à imigração ilegal, melhorias para a classe média e de defesa do direito ao aborto.

M.Odermatt--BTB