Berliner Tageblatt - Hamas afirma estar 'disposto' a uma trégua e pede para Trump 'presionar' Israel

Hamas afirma estar 'disposto' a uma trégua e pede para Trump 'presionar' Israel
Hamas afirma estar 'disposto' a uma trégua e pede para Trump 'presionar' Israel / foto: © AFP

Hamas afirma estar 'disposto' a uma trégua e pede para Trump 'presionar' Israel

O Hamas está "disposto" a aceitar um acordo de trégua na Faixa de Gaza e pediu ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para pressionar Israel, que nesta sexta-feira (15) voltou a bombardear o território palestino, devastado por mais de um ano de guerra.

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"O Hamas está disposto a alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, caso uma proposta seja apresentada e com a condição de que (Israel) a respeite", disse um diretor do escritório político do movimento, Basem Naim.

Ele também pediu ao futuro governo Trump, assumirá o poder em Washington em janeiro, que pressione o governo israelense "para que interrompa a agressão" em Gaza.

"O Hamas informou aos mediadores que é favorável a qualquer proposta que leve a um cessar-fogo definitivo e à retirada militar da Faixa de Gaza, permitindo o retorno dos deslocados, um acordo sério para a troca de prisioneiros, a entrada de ajuda humanitária e a reconstrução", acrescentou Naim.

A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando combatentes islamistas atacaram o sul de Israel e mataram 1.206 pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram 251, segundo um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses, que inclui os reféns mortos em cativeiro.

Dos 251 capturados, 97 continuam em cativeiro no território palestino, incluindo 34 que foram declarados mortos pelo Exército israelense.

A campanha militar de represálias de Israel matou mais de 43.700 pessoas na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

As negociações estão paralisadas e o governo do Catar anunciou a suspensão de sua mediação Israel e Hamas.

A eleição recente de Trump pode provocar uma nova dinâmica no conflito. O republicano prometeu devolver a paz à região.

- Novos bombardeios -

A Jihad Islâmica, um grupo aliado do Hamas que participou do ataque de 7 de outubro, divulgou nesta sexta-feira um vídeo de um dos reféns israelenses mantidos em cativeiro em Gaza.

No vídeo, um homem que se identifica como Sasha Trupanov pede mais pressão por sua libertação e dos demais reféns.

Desde o início do conflito, houve apenas uma trégua que permitiu a libertação de mais de 100 reféns, no final de novembro de 2023.

As operações militares israelenses deixaram a Faixa de Gaza em uma grave crise humanitária e seus habitantes sobrevivem em meio à devastação.

Um bombardeio israelense destruiu nesta sexta-feira a casa de Mohamed Baraka, morador de Deir el Balah, no centro do território.

"Fui acordado pelo barulho do bombardeio às 2H30", disse o homem, ainda abalado, à AFPTV. Ele informou que o ataque deixou 15 mortos.

Paralelamente, Israel trava, desde o final de setembro, uma guerra aberta no Líbano contra o movimento islamista Hezbollah, aliado do Hamas.

O objetivo de Israel, segundo as autoridades, é permitir o retorno de 60.000 habitantes do norte do país, deslocados pelos incessantes lançamentos de foguetes do movimento pró-Irã contra o território israelense há mais de um ano.

Uma nova série de bombardeios atingiu nesta sexta-feira os subúrbios de Beirute, capital do Líbano, informou a agência nacional libanesa de notícias (NNA).

A agência também relatou bombardeios israelenses efetuados durante a noite na cidade de Nabatiyeh (sul).

O Exército de Israel afirmou que atacou "centros de comando" da unidade de elite do Hezbollah, Al Radwan, na área de Nabatiyeh, assim como lançadores de foguetes utilizados para atacar o norte de Israel.

Também indicou que as sirenes foram acionadas no norte de Israel, em particular na baía de Haifa. Dois projéteis procedentes do Líbano foram interceptados.

Mais de 3.300 pessoas morreram no Líbano desde 23 de setembro, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do país.

M.Ouellet--BTB