Berliner Tageblatt - Assembleia francesa debaterá moções de censura contra o governo nesta quarta-feira

Assembleia francesa debaterá moções de censura contra o governo nesta quarta-feira
Assembleia francesa debaterá moções de censura contra o governo nesta quarta-feira / foto: © AFP/Arquivos

Assembleia francesa debaterá moções de censura contra o governo nesta quarta-feira

Os deputados da Assembleia Nacional Francesa debaterão e votarão na quarta-feira, a partir das 16h00 (12h00 em Brasília), as moções de censura apresentadas pela esquerda e pela extrema direita contra o governo de Michel Barnier, informaram fontes parlamentares nesta terça-feira (3).

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A menos que aconteça uma mudança de última hora, espera-se que a moção de censura apresentada pela coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) seja aprovada com o apoio do Reagrupamento Nacional (RN), de extrema direita.

A oposição cumpriu sua ameaça de apresentar estas medidas caso o chefe do governo conservador recorresse a um procedimento parlamentar controverso para aprovar parte do orçamento sem submetê-lo a uma votação na câmara, onde não possui maioria.

A segunda maior economia da União Europeia enfrenta uma crise política desde que seu presidente, Emmanuel Macron, decidiu, em junho, antecipar as eleições legislativas programadas para 2027, resultando em um Parlamento sem maioria clara.

Nomeado primeiro-ministro por Macron em setembro, Barnier fez muitas concessões nos últimos dias ao RN, partido com o maior número de cadeiras no Parlamento, para evitar que apoiasse a moção de censura da esquerda.

Contudo, Marine Le Pen, líder da extrema direita francesa, afirmou na segunda-feira que seus deputados votarão a favor de todas as moções, "independentemente de sua origem".

Se o governo cair, será a primeira moção de censura bem-sucedida desde a derrota do Executivo de Georges Pompidou em 1962, quando Charles de Gaulle era presidente.

O governo de Barnier também seria o mais curto da Quinta República da França, que nasceu em 1958.

A queda do Executivo aprofundaria a crise política no país. Algumas vozes, até mesmo da ala direita que governa com Macron, consideram que a única saída seria a renúncia do presidente, cujo mandato termina em 2027.

M.Odermatt--BTB