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Bombardeios israelenses deixam ao menos 30 mortos em Gaza; conversas por trégua são retomadas
Pelo menos 30 pessoas morreram nesta sexta-feira (3) em bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, indicaram os socorristas do território palestino, palco há mais de um ano de uma guerra entre Israel e Hamas, que anunciou a retomada das negociações por um cessar-fogo.
"É um dia difícil para os habitantes de Gaza devido aos bombardeios constantes de Israel", declarou à AFP o porta-voz da Defesa Civil do território, Mahmoud Basal.
Segundo Basal, os socorristas encontraram "30 mortos", incluindo mulheres e crianças, e "mais de 150 feridos" após os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza.
O exército israelense anunciou que atingiu "cerca de 40 locais de reunião de terroristas do Hamas" nas últimas 24 horas e também destacou que vários desses alvos eram edifícios "que haviam sido usados anteriormente como escolas".
Basal rejeitou a acusação e acusou as forças israelenses de cometerem "massacres com a desculpa de que militantes [do Hamas] estão no local".
A guerra entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro de 2023 e houve apenas uma semana de cessar-fogo no final de novembro daquele mesmo ano. Durante a trégua, reféns israelenses no cativeiro em Gaza foram libertados em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Ainda há uma leve esperança de que um outro cessar-fogo seja alcançado, após o movimento islâmico palestino anunciar nesta sexta a retomada das negociações indiretas entre os dois lados no Catar.
As discussões se concentrarão em "garantir que um acordo conduza ao cessar total das hostilidades, à retirada das forças de ocupação da Faixa de Gaza, ao desenho de mecanismos de implementação [do acordo] e ao retorno das pessoas deslocadas aos seus lares", detalhou o Hamas.
Israel ainda não reagiu a essas declarações. Tanto as autoridades israelenses quanto as do movimento islamista que governa Gaza se acusaram mutuamente de bloquear as últimas negociações de dezembro em Doha, mediadas por Catar, Estados Unidos e Egito.
- "Temperaturas glaciais" em Gaza -
O exército israelense também anunciou nesta sexta que interceptou um míssil e um drone vindos do Iêmen, de onde os rebeldes huthis, que reivindicaram os dois disparos, lançaram recentemente vários ataques contra Israel.
Os huthis atacam regularmente Israel e afirmam agir em solidariedade com os palestinos. O Iêmen está localizado a quase 2 mil quilômetros do território israelense.
Em Gaza, "várias pessoas vulneráveis, incluindo sete bebês, morreram de hipotermia", alertou a diretora-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), a americana Amy Pope.
A OIM afirmou estar "profundamente alarmada pelo impacto devastador das chuvas de inverno e das temperaturas glaciais" sobre os palestinos deslocados pelo conflito.
A guerra teve início após o ataque letal do grupo islamista em 7 de outubro de 2023 contra o sul de Israel, o qual provocou a morte de 1.208 pessoas, a maioria civis, segundo um levantamento baseado em dados oficiais.
Os milicianos islamistas capturaram 251 pessoas naquele dia, e 96 delas continuam detidas no território palestino, incluindo 34 que o exército israelense declarou estarem mortas.
A campanha de retaliação israelense em Gaza já matou mais de 45.600 palestinos, principalmente civis, segundo dados do Ministério da Saúde deste território governado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
G.Schulte--BTB