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Israel quer informações sobre estado de reféns que o Hamas estaria disposto a libertar
Israel afirmou, nesta segunda-feira (6), que o Hamas não forneceu nenhuma informação sobre o estado em que se encontram os 34 reféns que o movimento islamista disse estar disposto a libertar na primeira fase de um possível acordo.
As negociações indiretas entre Hamas e Israel foram retomadas no fim de semana no Catar, com vistas a um tratado por um cessar-fogo e pela libertação dos reféns mantidos em Gaza desde o ataque do movimento palestino em solo israelense no dia 7 de outubro de 2023, o qual desencadeou a guerra.
Por enquanto, as conversas parecem estar centradas na libertação dos reféns.
Um dirigente do Hamas disse à AFP no domingo que o grupo palestino havia "concordado em libertar 34 prisioneiros israelenses de uma lista fornecida por Israel, na primeira fase de um acordo de troca de prisioneiros".
Esta lista "não foi fornecida por Israel ao Hamas, mas inicialmente por Israel aos mediadores [das negociações] em julho de 2024", respondeu o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Catar, Egito e Estados Unidos são os principais mediadores no conflito entre Israel e Hamas.
"Até agora, Israel não recebeu nenhuma confirmação ou comentário do Hamas sobre o estado em que se encontram os reféns que aparecem na lista", sublinhou.
O dirigente do Hamas afirmou que o documento, distribuído desde então por alguns meios de comunicação, incluía "todas as mulheres, doentes, crianças e idosos" entre os reféns israelenses.
"O Hamas e os grupos de resistência precisam de cerca de uma semana de calma para se comunicar com os sequestradores e identificar os [reféns] mortos ou vivos", acrescentou.
- "Não há mais tempo a perder" -
Apesar dos intensos esforços diplomáticos dos mediadores, nenhum outro cessar-fogo foi alcançado desde o único pactuado no fim de novembro de 2023, o qual permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 palestinos detidos em prisões israelenses.
A nova rodada de negociações em Doha ocorre apenas duas semanas antes da posse, em 20 de janeiro, do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que já pressionou o Hamas.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, expressou nesta segunda-feira sua "confiança" em conseguir um cessar-fogo, mesmo que não seja alcançado "nas próximas duas semanas".
Segundo meios de comunicação israelenses, David Barnea, o chefe do Mossad – a agência israelense de inteligência externa – deverá se juntar nesta segunda-feira no Catar aos negociadores enviados por seu país.
Entre os principais pontos de bloqueio até agora estão o caráter permanente do cessar-fogo e o comando de Gaza após a guerra. Israel se opõe a que o movimento islamista, que governa o território desde 2007, volte a administrar o território.
O Fórum das Famílias, principal associação de familiares dos reféns israelenses, pediu que um acordo seja alcançado o mais rápido possível: "Não há mais tempo a perder".
Em 7 de outubro de 2023, combatentes do Hamas mataram 1.208 pessoas no sul de Israel, em sua maioria civis, e sequestraram outras 251, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses.
Dos 251 sequestrados, ainda restam 96 pessoas em cativeiro em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo exército israelense.
A campanha de represálias lançada por Israel em Gaza matou 45.805 pessoas, também em sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.
À espera de um possível acordo, a violência não dá trégua na Faixa de Gaza, onde 13 pessoas morreram nesta segunda-feira em vários bombardeios israelenses, segundo os socorristas.
O exército israelense anunciou, por sua vez, que três "projéteis" foram disparados em direção a Israel a partir do norte do território palestino, sem deixar feridos.
O exército e os serviços de resgate israelenses também anunciaram que três israelenses morreram na segunda-feira por tiros contra um ônibus e vários veículos perto de um povoado na Cisjordânia ocupada, onde os episódios de violência se intensificaram desde o início da guerra em Gaza.
M.Ouellet--BTB