Berliner Tageblatt - Avança projeto de lei na Argentina que impediria Cristina Kirchner de ser candidata

Avança projeto de lei na Argentina que impediria Cristina Kirchner de ser candidata
Avança projeto de lei na Argentina que impediria Cristina Kirchner de ser candidata / foto: © AFP

Avança projeto de lei na Argentina que impediria Cristina Kirchner de ser candidata

O Congresso argentino deu o primeiro passo nesta quarta-feira (12) para a concretização da "Lei da Ficha Limpa" proposta pelo governo do presidente Javier Milei, e que a oposição peronista considera que busca a inelegibilidade da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).

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O projeto, que contempla limitar que pessoas com condenações confirmadas em segunda instância por corrupção se candidatem a cargos públicos, obteve — com 144 votos — meia sanção na Câmara dos Deputados após quase 12 horas de discussões.

A "Lei da Ficha Limpa", um dos projetos que o governo Milei incluiu em sua convocação para sessões extraordinárias do parlamento neste verão, deverá passar agora para o Senado, onde a força política peronista (centro-esquerda) próxima a Kirchner é majoritária e a aprovação do texto é pouco provável.

"Enviam a 'Ficha Limpa' para aperfeiçoar o 'modo casta' e tirar de campo a única dirigente que poderia intervir para melhorar a vida do povo", declarou a legisladora opositora Julia Strada, que classificou o projeto de "covarde".

Os discursos dos deputados da União pela Pátria, coalizão liderada por Cristina Kirchner, que também foi vice-presidente de Alberto Fernández (2019-2023), atacaram o sentido supostamente direcionado do projeto.

Por sua vez, Silvia Lospennato, deputada do PRO — partido do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) e aliado parlamentar frequente do governo Milei —, comemorou que o Congresso esteja disposto a estabelecer "uma condição ética mínima" para ocupar cargos públicos.

"Há dez anos, a ex-presidente não estava condenada nem em primeira instância, quando eu já estava andando por estes corredores para levar adiante a Ficha Limpa", disse a deputada, uma das principais promotoras do projeto, negando que ele esteja voltado contra Cristina Kirchner.

A ex-presidente, que completa 72 anos em 19 de fevereiro, é a principal referência da oposição ao presidente ultraliberal e comanda o Partido Justicialista (peronismo).

Em novembro, a Câmara Federal de Cassação Penal ratificou uma decisão de primeira instância que a condenou a seis anos de prisão e inabilitação política por administração fraudulenta.

Caso essa decisão seja confirmada na Corte Suprema de Justiça da Nação, ela não cumpriria pena na prisão por ser maior de 70 anos.

O.Lorenz--BTB