Berliner Tageblatt - Chefe da ONU pede que se evite escalada regional por conflito na RDC

Chefe da ONU pede que se evite escalada regional por conflito na RDC
Chefe da ONU pede que se evite escalada regional por conflito na RDC / foto: © AFP

Chefe da ONU pede que se evite escalada regional por conflito na RDC

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que se evite "a todo custo" uma escalada regional do conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC), durante a abertura, neste sábado (15), da cúpula da União Africana (UA).

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No leste da RDC, o grupo armado M23 ("Movimento 23 de março"), apoiado por Ruanda, tomou o controle de Goma, capital da província de Kivu do Norte, no fim de janeiro, antes de avançar para a região vizinha de Kivu do Sul.

Os confrontos recentes nesta região, abalada pela violência há trinta anos, deixaram pelo menos 2.900 mortos, segundo a ONU.

Na sexta-feira, o M23 e as tropas ruandesas tomaram o controle do aeroporto de Bukavu, capital de Kivu do Sul, local estratégico onde as forças armadas congolesas estavam posicionadas.

Em seguida, segundo fontes de segurança e humanitárias, uma vanguarda das forças entrou na cidade a partir dos bairros do noroeste.

A queda iminente de Bukavu, que já tinha caído em 2004 nas mãos de soldados dissidentes do exército congolês, daria ao M23 e às tropas ruandesas o controle total do Lago Kivu, que se estende ao longo da fronteira com Ruanda.

O exército congolês, por sua vez, conta com o apoio de tropas sul-africanas e burundienses.

Tiros esporádicos ainda eram ouvidos em Bukavu na manhã deste sábado, segundo jornalistas da AFP. A maioria dos moradores permaneceu trancada em casa.

As ruas estão quase desertas e não há circulação. Foram reportados saques durante a noite.

"A soberania e a integridade territorial da RDC devem ser respeitadas", exortou o chefe da ONU durante a abertura da cúpula anual da UE em Adis Abeba. Embora tenha assinalado a responsabilidade do M23, o secretário-geral da ONU não mencionou Ruanda.

"A violação em curso da integridade territorial da RDC não ficará sem resposta", afirmou, neste sábado, um porta-voz da UE para as Relações Exteriores, Anuar El Anuni, que culpou as "forças do M23, apoiadas por Ruanda".

Segundo a ONU, cerca de 4.000 militares ruandeses intervêm no leste da RDC.

Este conflito gera o risco de uma guerra regional, pois vários países vizinhos da RDC, imenso país na África central, têm presença militar no território congolês.

K.Brown--BTB