Berliner Tageblatt - Trump defende medidas comerciais, migratórias e geopolíticas no Congresso

Trump defende medidas comerciais, migratórias e geopolíticas no Congresso
Trump defende medidas comerciais, migratórias e geopolíticas no Congresso / foto: © AFP

Trump defende medidas comerciais, migratórias e geopolíticas no Congresso

Os Estados Unidos de Donald Trump "estão de volta". O presidente republicano defendeu na terça-feira (4), no Congresso, as tarifas, suas medidas contra a imigração, prometeu "uma guerra contra os cartéis", recuperar o Canal do Panamá, além de reservar muitos elogios a Elon Musk.

Tamanho do texto:

Em um discurso de uma hora e 40 minutos, o mais longo de um presidente americano diante do Congresso, Trump falou sobre seus projetos para "um futuro incrível, porque a era de ouro dos Estados Unidos está apenas começando".

O "sonho americano é imparável", declarou entre aplausos dos republicanos, para grande pesar dos democratas, que protestaram com cartazes com as palavras "Falso" ou "Isso é uma mentira!".

Logo no início do discurso, o congressista democrata Al Green foi expulso porque não parava de agitar sua bengala em direção a Trump e de interrompê-lo dizendo que ele não foi eleito para desmantelar os programas de saúde.

Mas o milionário de 78 anos não se intimidou e citou o que considera as conquistas de suas primeiras semanas de governo.

Em plena guerra comercial com México, Canadá e China, países aos quais impôs tarifas de até 25%, ele defendeu as tarifas de importação.

- "Proteger a alma" -

"As tarifas não servem apenas para proteger os empregos americanos. Servem para proteger a alma do nosso país", disse, embora tenha reconhecido que "algumas perturbações" serão registradas.

"Outros países têm utilizado tarifas contra nós durante décadas, e agora é nossa vez de começar a utilizá-las" contra eles, afirmou, citando Brasil, União Europeia, China, Índia, México e Canadá, entre outros.

Trump impôs tarifas aos países vizinhos porque, segundo ele, "permitiram que o fentanil entrasse" nos Estados Unidos "em níveis nunca vistos antes".

Ele afirmou que os cartéis de drogas mexicanos representam "uma grave ameaça" à segurança nacional, traficam o opioide sintético, que provoca dezenas de milhares de mortes por ano no território americano, e cometem estupros e assassinatos.

"Os cartéis estão travando uma guerra contra os Estados Unidos, e é hora de os Estados Unidos travarem uma guerra contra os cartéis, que é o que estamos fazendo", disse ao Congresso. Ele recordou que incluiu vários cartéis na lista de organizações terroristas.

O presidente mencionou de passagem a Ucrânia. Poucos dias após um confronto verbal no Salão Oval da Casa Branca com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, reiterou que é necessário acabar com a "guerra sem sentido".

Ele disse que recebeu uma carta de Zelensky na qual ele afirma estar "preparado" para negociar a paz com a Rússia e assinar um acordo de minerais com os Estados Unidos "a qualquer momento".

- Recuperar o Canal do Panamá-

Ele voltou a ressaltar seus anseios expansionistas. Trump disse que "vai recuperar" o Canal do Panamá e apropriar-se da Groenlândia "de uma forma ou de outra".

O discurso teve a presença de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, que virou conselheiro do presidente americano, à frente do Departamento de Eficiência Governamental, responsável por cortar os gastos do governo federal.

"Obrigado, Elon. Está trabalhando muito duro", disse Trump, depois que o magnata do setor de tecnologia se levantou na galeria do Congresso e recebeu muitos aplausos. "Muito obrigado, nós apreciamos", acrescentou.

O discurso foi um espetáculo com cenas curiosas, como quando o chefe do Serviço Secreto entregou uma identificação oficial a um menino com câncer cerebral que sonha em se tornar policial.

Em geral, foi um discurso de campanha, sem qualquer tentativa de estabelecer uma aproximação da oposição, a quem Trump culpou por todos os males e diante da qual se vangloriou de ter acabado com a "tirania" dos programas de diversidade e inclusão.

"Nosso país não será mais woke", disse.

M.Odermatt--BTB