Berliner Tageblatt - Rússia reivindica avanços na região de Kursk contra o exército ucraniano

Rússia reivindica avanços na região de Kursk contra o exército ucraniano
Rússia reivindica avanços na região de Kursk contra o exército ucraniano / foto: © AFP

Rússia reivindica avanços na região de Kursk contra o exército ucraniano

A Rússia afirmou, neste sábado (8), que tomou do exército ucraniano o controle de três localidades na região fronteiriça russa de Kursk, para onde as tropas de Kiev têm recuado nas últimas semanas.

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As tropas de Moscou recapturaram as aldeias de Viktorovka, Nikolaevka e Staraia Sorochina, informou o Ministério da Defesa em um comunicado.

Desde que o exército ucraniano avançou nesta área em uma operação surpresa em agosto passado, o exército russo tem se esforçado para repelir a ofensiva. Já recuperou mais de dois terços do território inicialmente conquistado por Kiev (1.400 km2).

No entanto, a Ucrânia ainda controla centenas de quilômetros quadrados, que espera usar como moeda de troca em futuras negociações com a Rússia.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu novas sanções contra a Rússia após uma nova noite de ataques em todo o país que deixaram cerca de 15 mortos.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou neste sábado que o presidente russo, Vladimir Putin, "não tem nenhum interesse na paz" no conflito desencadeado pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

"Mísseis russos continuam caindo implacavelmente sobre a Ucrânia, causando mais mortes e destruição", disse ele na rede X.

Além das dificuldades no front, a Ucrânia enfrenta críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu esta semana congelar a ajuda militar e a troca de informações.

Trump deu um giro diplomático radical ao aproximar-se de Putin e criticar Zelensky.

Apesar disso, delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos estão programadas para se reunir na Arábia Saudita na terça-feira.

Esta reunião deve definir "uma estrutura para um acordo de paz e um cessar-fogo inicial", de acordo com Steve Witkoff, enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio.

Trump diz que quer acabar com a guerra o mais rápido possível, mas a Ucrânia teme ser forçada a fazer grandes concessões territoriais em benefício de Moscou.

Washington suspendeu esta semana sua ajuda militar, a transmissão de dados de inteligência e o acesso às suas imagens espaciais.

Para o exército ucraniano, a inteligência americana é tão importante quanto o equipamento militar.

Na sexta-feira, Trump ameaçou a Rússia com novas sanções se o país continuasse "atacando" a Ucrânia.

- "Apocalipse" -

Um ataque russo na madrugada deste sábado em Dobropillia, uma cidade na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, deixou 11 mortos e 30 feridos, incluindo cinco crianças, de acordo com Zelensky.

Jornalistas da AFP viram vários prédios com centenas de impactos de bombas de fragmentação.

Irina Kostenko, moradora da cidade, de 59 anos, foi ferida na mão por um caco de vidro. Em Dobropillia, os ataques são frequentes, mas desta vez foi um "apocalipse", ela afirmou.

Ao sair do prédio, viu sua vizinha "caída no chão, morta, coberta com lençóis".

Outro ataque em Bogodukhov, na região nordeste de Kharkiv, matou três pessoas, de acordo com o chefe da administração militar regional, Oleg Synogubov.

A Rússia lançou um total de dois mísseis e 145 drones, de acordo com a Força Aérea ucraniana.

Na Rússia, um ataque de drone atingiu a refinaria Kirishi, na região de Leningrado, disse o governador Alexander Drozdenko.

As ameaças de novas sanções dos EUA contra a Rússia na sexta-feira ocorreram horas depois de um grande ataque de drones e mísseis à infraestrutura energética da Ucrânia.

No entanto, Trump disse que considera "mais fácil" lidar com a Rússia do que com a Ucrânia como parte dos esforços para acabar com a guerra.

L.Janezki--BTB