
-
Manifestantes exigem aumento de pensões na Venezuela, de menos de US$ 2 por mês
-
Putin se mostra favorável a uma trégua com a Ucrânia desde que 'assuntos importantes' sejam resolvidos
-
Síria anuncia roteiro constitucional para os próximos cinco anos
-
Com Hamilton na Ferrari e vários candidatos à vitória, temporada da F1 começa na Austrália
-
De onde vem a extravagante ideia de Trump de anexar o Canadá?
-
Dezenas de corpos são exumados do hospital Al Shifa em Gaza
-
Jornalista em estado crítico após repressão policial em protesto argentino
-
Kimmich renova com o Bayern de Munique até 2029
-
Selva de Darién deixa de ser corredor migratório para os EUA, diz presidente do Panamá
-
Canadá pede unidade contra invasão russa com G7 dividido
-
Suspeitas de corrupção sacodem novamente o Parlamento Europeu
-
Donatella Versace deixa direção artística da icônica marca de moda italiana
-
Cânion da coca, o tendão de Aquiles do projeto de paz na Colômbia
-
Jogador da Malásia vítima de ataque com ácido volta à seleção do país
-
Meta começa a testar 'notas da comunidade' para substituir a verificação de fatos
-
Trump ameaça impor tarifas de 200% sobre champanhe e vinho da UE
-
Presidente sírio traça diretrizes para transição nos direitos das mulheres
-
Mbappé volta a ser convocado pela seleção francesa para a Liga das Nações
-
Rússia critica ideia de trégua temporária na Ucrânia
-
'Lua de sangue' será visível na madrugada de sexta-feira
-
Trump é criticado por usar 'palestino' como insulto contra senador judeu
-
Futuro chefe de Governo da Alemanha defende aumento dos gastos de Defesa
-
Primeiro banco de alimentos para enfrentar a fome é fundado na Venezuela
-
Mulheres em busca de seu lugar na indústria masculina dos jogos eletrônicos
-
Hospitalizado, Francisco completa 12 anos como papa com futuro incerto
-
Trans latinas a quem Francisco 'abriu as portas' rezam pela sua recuperação
-
ONU acusa Israel de 'atos genocidas' por ataques à saúde reprodutiva em Gaza
-
Processo em Londres por tragédia ambiental em Mariana chega ao fim
-
Palestinos relatam na ONU abusos sexuales infligidos por israelenses
-
O futuro incerto do papa Francisco no 12º aniversário de seu pontificado
-
Alcaraz vence Dimitrov em sua 15ª vitória seguida em Indian Wells
-
Corinthians vence Barcelona de Guayaquil (2-0) mas é eliminado da Libertadores
-
Vice do Equador denuncia sequestro do advogado do seu filho, processado por corrupção
-
Capitão de cargueiro envolvido em colisão no Mar do Norte é russo
-
Intel nomeia novo CEO para enfrentar crise
-
Argentina registra ao menos 20 feridos e mais de 100 detidos em confrontos durante manifestação
-
Taylor Fritz, número 4 do mundo, é eliminado em Indian Wells
-
Sabalenka atropela Kartal e Keys sobrevive nas oitavas de Indian Wells
-
Nasa adia missão que traria de volta astronautas presos na ISS
-
México entrega à Guatemala um dos traficantes mais procurados nos EUA
-
Mark Carney toma posse na próxima sexta como premier do Canadá
-
Tarifas dos EUA entram em vigor e provocam respostas duras de parceiros comerciais
-
Marcha de aposentados apoiada por torcedores de futebol termina em confrontos na Argentina
-
Real Madrid elimina Atlético nos pênaltis e avança às quartas da Champions
-
Ex-presidente filipino assume 'responsabilidade' ao ser entregue ao TPI
-
Arsenal empata com PSV (2-2) e vai enfrentar o Real Madrid nas quartas da Champions
-
Aston Villa volta a vencer Brugge (3-0) e avança às quartas da Champions
-
Confrontos violentos com policiais em protesto de aposentados e torcedores de futebol na Argentina
-
Ex-produtor Harvey Weinstein pede 'novo olhar' em seu próximo julgamento
-
Ben Shelton vence Nakashima e vai às quartas de final em Indian Wells

Cânion da coca, o tendão de Aquiles do projeto de paz na Colômbia
"Vão embora!". Os gritos da multidão enfurecida ressoam em uma montanha cheia de plantações de folha de coca em um território guerrilheiro da Colômbia. Na parte de cima, dezenas de militares se retiram em um conflito que expõe as fissuras da aposta de paz do governo.
As montanhas de Cañón del Micay (sudoeste) se transformaram em um micro-Estado, sob o comando de guerrilhas confrontadas entre si e em guerra contra o Exército. No meio, os agricultores sofrem com a violência e o abandono estatal.
"Temos medo, temor, desespero, falta de esperança, tristeza. Isso é o que temos no coração", disse à AFP uma líder de 67 anos, que não quis revelar sua identidade.
Desde outubro, militares e policiais tentam, sem sucesso, tomar o controle de uma das regiões com mais narcocultivos da Colômbia, o maior produtor de cocaína do mundo.
A ofensiva "Perseo" sofreu um duro golpe na quinta-feira quando 29 militares foram detidos por moradores até sábado, após intensos choques que deixaram tanques incendiados e casas baleadas. Na terça-feira, cinco soldados morreram devido a um ataque guerrilheiro com explosivos.
Os habitantes alegam que as manobras militares trazem apenas mais mortos e clamam por um Estado que remedie a falta de educação, saúde e serviços básicos. Outros, em voz baixa, confessam cansados que são mobilizados sob ordens de dissidentes do Estado Maior Central, a organização mais poderosa na região.
Os rebeldes que rejeitaram o acordo de paz com as Farc em 2016 operam à vista de todos. À paisana ou uniformizados, vigiam com fuzil em mão em postos improvisados de controle. Também proíbem o consumo de cocaína e, algumas vezes, de álcool.
Desencantados com o governo de Gustavo Petro, os moradores pedem para não acabar com o sustento de milhares de famílias cocaleiras nessa região de Cauca, o departamento onde o mandatário esquerdista recebeu em 2022 um apoio esmagador (81% dos votos).
"Esperava-se que fosse o governo da mudança e olha como nos ataca, nos traz guerra. Ao invés de chegar ao nosso território com investimentos (...) chega nos atacando", diz um líder camponês e catador de 37 anos, sob anonimato.
Os inesgotáveis narcocultivos pareciam desolados durante a visita da AFP. Aqueles que lavraram incansavelmente a paisagem se dedicavam a expulsar o Exército, com uma logística meticulosa de centenas de participantes divididos em tarefas de alimentação, transporte, hospedagem e maciças romarias até os postos militares.
Petro assegura que os moradores são "instrumentalizados" por grupos armados.
“O que o governo está pensando em fazer no Cañón del Micay não é queimar fazendas, (...) não é fumigar campos (...) é transformar a economia em uma que progrida. E pedimos aos camponeses de Micay que nos ajudem, não que ajudem o traqueto (narcotraficantes)”, diz.
"A maioria quer nos ajudar, votaram em nós (...) não vamos trai-los", insiste. Na área ainda há 1.500 militares e policiais.
Na meia-noite de sábado, os moradores acordaram espantados com comentários de um possível bombardeio. O alerta: um sobrevoo barulhento seguido de um estrondo similar ao de um bombardeio. Segundo os moradores, houve uma explosão em uma área desabitada, o que consideram uma estratégia militar de "guerra psicológica".
"Tínhamos uma grande esperança que esse presidente ia mudar a nossa vida ou ia nos dar um apoio. Foi tudo ao contrário. Hoje nos sentimos decepcionados", lamenta a mulher.
"Se não quer não haja investimento social, que não haja nada. Mas que nos deixem viver tranquilos", pede.
I.Meyer--BTB