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Rebeldes houthis do Iêmen ameaçam responder após bombardeios americanos
Os rebeldes houthis no Iêmen ameaçaram neste domingo (16) responder aos bombardeios americanos contra vários redutos do grupo, incluindo a capital, Sanaa, que deixaram pelo menos 31 mortos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu no sábado o "inferno" aos "terroristas houthis" após suas ameaças de atacar embarcações comerciais e Israel, e pediu ao Irã que interrompa o apoio ao grupo rebelde.
O Irã respondeu condenando os ataques "bárbaros" contra o Iêmen e advertiu que adotaria represálias contra qualquer ofensiva.
Os militantes houthis, que controlam várias áreas do Iêmen, incluindo a capital Sanaa, afirmaram que os ataques americanos de sábado à noite "não ficarão sem resposta".
"Nossas Forças Armadas estão prontas para responder escalada por escalada", afirma um comunicado divulgado pelo escritório político dos rebeldes, considerados como "organização terrorista estrangeira" pelos Estados Unidos.
Segundo o Ministério da Saúde houthi, os bombardeios tiveram como alvos Sanaa, além de Saada (norte) e a cidade de Rada'a, na província de Al Bayda (centro).
Os ataques deixaram 31 mortos e 101 feridos, "a maioria crianças e mulheres", segundo o porta-voz do ministério, Anis Al Asbahi.
Um fotógrafo da AFP na capital iemenita ouviu três explosões e observou colunas de fumaça em uma zona residencial ao norte de Sanaa.
Estes foram os primeiros ataques americanos contra os houthis desde que Donald Trump retornou à Casa Branca em 20 de janeiro.
- "Força letal avassaladora" -
Em uma mensagem em sua rede social Truth Social, Trump anunciou uma "ação militar decisiva e poderosa".
"Usaremos uma força letal avassaladora até atingirmos nosso objetivo", acrescentou.
Os houthis fazem parte do que o Irã chama de "eixo de resistência" contra Israel, que também inclui o movimento islamista palestino Hamas, o Hezbollah libanês e as milícias do Iraque.
Os houthis executaram ataques com mísseis contra Israel e vários navios que acusam de vínculos com Israel.
O grupo justifica suas ações em nome da solidariedade com os palestinos após o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.
Após a entrada em vigor, em 19 de janeiro, de uma frágil trégua em Gaza depois de 15 meses de guerra, os houthis pausaram seus ataques.
Contudo, em 11 de março, depois que Israel se recusou a permitir a entrega de ajuda humanitária a Gaza, anunciaram a intenção de retomar os ataques contra navios comerciais que passam pelas costas do Iêmen e que consideram vinculados a Israel.
Diante das exigências de Trump de que o Irã pare de apoiar os houthis, o general Hussein Salami, comandante da Guarda Revolucionária, declarou que Teerã "não busca a guerra, mas se alguém o ameaçar, dará respostas apropriadas, determinadas e definitivas".
Por sua vez, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, conversou com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, e disse que "não serão tolerados os contínuos ataques dos houthis contra embarcações militares e comerciais americanas no Mar Vermelho". A Rússia é um aliado próximo do Irã.
Lavrov respondeu que todas as partes devem abster-se do "uso da força" no Iêmen e iniciar um "diálogo político", segundo Moscou.
Os ataques dos houthis contra navios interromperam o tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma área marítima essencial para o comércio mundial.
O governo dos Estados Unidos decidiu criar uma coalizão naval multinacional e atacar alvos rebeldes no Iêmen, às vezes com a ajuda do Reino Unido.
L.Janezki--BTB