Berliner Tageblatt - Morre húngara Eva Fahidi, sobrevivente de campos de concentração

Morre húngara Eva Fahidi, sobrevivente de campos de concentração
Morre húngara Eva Fahidi, sobrevivente de campos de concentração / foto: © dpa/AFP

Morre húngara Eva Fahidi, sobrevivente de campos de concentração

A húngara Eva Fahidi, sobrevivente dos campos de concentração de Auschwitz e de Buchenwald, morreu nesta segunda-feira (11) aos 97 anos.

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"Com grande tristeza, soubemos da morte esta manhã, em Budapeste, de Eva Fahidi-Pusztai, uma combatente comprometida com a democracia e com os direitos humanos", anunciou a Fundação dos memoriais de Buchenwald e de Mittelbau-Dora, em um comunicado.

"Sua voz cheia de sabedoria e calor nos fará muita falta", diz a nota, que também lamenta uma grande perda "para o trabalho de memória na Europa".

Nascida em 22 de outubro de 1925 em Debrecen (leste da Hungria), Eva Fahidi estava no Ensino Médio aos 18 anos, quando foi deportada na primavera de 1944, junto com 440.000 judeus húngaros, para os campos de extermínio.

Perdeu 49 membros de sua família, incluindo seus pais. Conservava na memória a última visão de sua mãe e de sua irmã caçula de 11 anos na rampa de seleção de Birkenau.

Libertada em março de 1945 pelas tropas americanas, voltou para a Hungria, onde desistiu do sonho de se tornar pianista pelas fortes sequelas das duras condições de trabalho.

Durante décadas, foi reticente a evocar os anos de cativeiro, mas depois de uma visita a Auschwitz em 2003, sentiu necessidade de escrever suas memórias.

Sua obra, "The Soul of Things: Memoir of a Youth Interrupted" ("A alma das coisas: memórias de uma juventude interrompida", em tradução livre), foi publicada primeiro em alemão, em 2004, e depois, traduzida para o húngaro.

Ao lado da então chanceler alemã, Angela Merkel, participou de uma cerimônia em Berlim pelo 70º aniversário da libertação de Auschwitz, em janeiro de 2015. Depois, prestou depoimento no julgamento, na Alemanha, do ex-contador do campo de concentração Oskar Gröning.

"Me dei conta de que minha vocação era falar sobre Auschwitz ao maior número possível de pessoas. Era o mínimo que podia fazer", disse ela em uma entrevista à AFP em 2016.

"Descobri que o ódio é um peso. O que aconteceu, aconteceu. Estou viva e amo a vida", completou.

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J.Bergmann--BTB