Berliner Tageblatt - De 'Batman' ao Oscar de Melhor Direção, Nolan deixa sua marca única em Hollywood

De 'Batman' ao Oscar de Melhor Direção, Nolan deixa sua marca única em Hollywood
De 'Batman' ao Oscar de Melhor Direção, Nolan deixa sua marca única em Hollywood / foto: © AFP/Arquivos

De 'Batman' ao Oscar de Melhor Direção, Nolan deixa sua marca única em Hollywood

Christopher Nolan, o indiscutível criador de sucessos de Hollywood cujas produções ambiciosas seduzem tanto a audiência quanto seus seguidores, confirmou sua preeminência artística no domingo (10) ao triunfar com "Oppenheimer" no Oscar.

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"Não sabemos até onde esta jornada incrível vai daqui para frente. Mas saber que vocês acham que sou uma parte significativa dela significa muito para mim", disse o cineasta ao receber a estatueta.

Este é o ponto alto de uma carreira que levou Nolan de queridinho de produções artísticas como "Amnésia" a salvador de super-heróis (a trilogia "Batman Begins"), passando também pela ficção científica ("A Origem", "Interestelar").

O diretor de 53 anos já esteve perto de faturar um Oscar no passado, sobretudo com o épico "Dunkirk" em 2017, mas foi no domingo que o cineasta anglo-americano se consagrou com "Oppenheimer", produção que dominou a noite com sete estatuetas.

Nascido em 1970, Nolan é filho de um editor publicitário britânico e de uma comissária de bordo americana.

Após ver "Guerra nas Estrelas" e "2001: Uma Odisseia no Espaço", aos sete anos de idade, rapidamente começou a fazer filmes na antiga câmera Super 8 de seu pai.

Com formação universitária em literatura inglesa na University College London, forjou uma parceria cinematográfica nesta instituição com sua futura produtora e esposa, Emma Thomas, com quem se mudou para Los Angeles após se graduar.

A fama veio aos 30 anos com "Amnésia", um filme policial vanguardista com uma narrativa não linear que se tornou sua marca registrada. Foi um sucesso em festivais e lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar, de Melhor Roteiro Original.

- Sucessos de bilheteria -

Sua grande estreia na direção com um filme de grande orçamento foi "Insônia" (2002), estrelado por Al Pacino como um policial de Los Angeles enviado ao Alasca para investigar um assassinato.

O sucesso da produção permitiu que Nolan propusesse sua visão realista para os novos filmes do Batman que a Warner Bros estava planejando.

"Batman Begins" deu origem a uma trilogia de produções dirigidas pelo cineasta, com Christian Bale no papel principal.

Sua sequência, "Batman: O Cavaleiro das Trevas", é frequentemente considerado o melhor filme de super-heróis já feito. Foi o primeiro a arrecadar US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões na cotação atual) e o pioneiro a gerar um Oscar de atuação, a estatueta póstuma que foi para Heath Ledger como o vilão Coringa.

O terceiro filme da saga, "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", recebeu menos elogios, mas se tornou o maior sucesso comercial de sua carreira, que acumulou mais de US$ 6 bilhões (R$ 29,7 bilhões) em bilheteria.

Neste meio tempo, Nolan lançou "O Terceiro Passo", um thriller de época sobre o duelo entre dois mágicos, interpretados por Bale e Hugh Jackman.

"A Origem", uma produção ambiciosa em que Leonardo DiCaprio e Marion Cotillard saltam entre o mundos dos sonhos, consolidou sua reputação como o único cineasta de Hollywood a comandar grandes orçamentos e ter total controle criativo para filmes originais, e ainda assim gerar lucro.

O filme ganhou quatro estatuetas, incluindo uma por seus impressionantes efeitos visuais, e deu a Nolan sua primeira indicação individual desde "Amnésia".

Sua produção original seguinte foi o filme de ficção científica "Interestelar', pelo qual ganhou outro Oscar de efeitos visuais e iniciou sua colaboração com o estimado físico teórico Kip Thorne.

Posteriormente, o diretor então olhou para o passado com "Dunkirk", um relato contundente da retirada de centenas de milhares de soldados aliados de uma praia no norte da França durante a Segunda Guerra Mundial.

O filme lhe deu sua primeira indicação a Melhor Direção, e sua ambientação da década de 1940 prenunciava "Oppenheimer".

Sua produção seguinte, "Tenet", outro ambicioso longa-metragem de ficção científica, despertou-lhe o interesse pela destruição nuclear.

Mas foi a leitura de "American Prometheus", a biografia ganhadora do Pulitzer de 2005 sobre o pai da bomba atômica, J. Robert Oppenheimer, que o colocou no caminho rumo à glória do Oscar.

R.Adler--BTB